Startups focadas no mercado imobiliário são uma peça importante para a inovação do setor e devem continuar a crescer no Brasil
Por Redação
A digitalização do mercado imobiliário abriu portas para oportunidades e experiências novas no setor. O cliente já pode fazer um tour virtual para conhecer um apartamento e um algoritmo é capaz de ajudar a escolher a casa que mais se encaixa no seu perfil. No Brasil, as Proptechs são uma peça importante para a inovação do setor e devem continuar a crescer — em quantidade e volume de investimento. Especialmente com o salto de adoção de tecnologia gerado pela pandemia.
Mesmo com a aceleração, o setor imobiliário ainda está atrás de outros mercados quando se trata de digitalização. A aplicação de soluções tecnológicas traz muito retorno e o número de startups imobiliárias só cresce. Mesmo ferramentas mais básicas ajudam a reduzir algumas dores. De acordo com o “Mapa de Construtechs e Proptechs 2021“, da Terracotta Ventures, existem 839 startups ativas atuando ao longo de todo ciclo de projetos, construção, aquisição e propriedades em uso — um aumento de 235% nos últimos 5 anos.
Na análise do managing partner da Terracotta Ventures, Marcus Anselmo, os investidores perderam o medo de investir em startups do mercado imobiliário ao perceberam as oportunidades criadas pela entrada da tecnologia no setor. Segundo o “Inside Venture Capital Report”, do Distrito, o setor de Real Estate foi o segundo mais aquecido no primeiro semestre de 2021, com um volume de investimento de US$ 829,4 milhões em 11 deals.
O mercado está em amadurecimento, mas ainda existe espaço no Brasil para novas soluções. O CEO da Proptech Yuca, Eduardo Campos, acredita que o setor explorou apenas uma parte do seu potencial. “Ainda estamos no comecinho desse ecossistema”, pontua Campos, em entrevista exclusiva à The Shift.
Anselmo aponta que existem ondas de inovação no mercado com a criação de novos modelos de negócio no setor. Há quem diga que estamos na terceira geração de Proptechs. A EmCasa, que recebeu um aporte de R$ 110 milhões, é apontada como uma das integrantes desse novo grupo de empresas por apostar na soma do uso de tecnologia com a contratação de corretores fixos e bem treinados.
“A EmCasa e outras empresas têm modelos de negócios diferentes das startups que estão no mercado há mais tempo. No nosso caso, é muito forte essa combinação da tecnologia com assessoria com um time que vai realmente entender a dor do cliente. A gente se enxerga como desafiante nesse mercado”, afirma o fundador e CEO da EmCasa, Gustavo Vaz.
A digitalização é um caminho sem volta. Segundo a 4ª rodada da “Pesquisa da Influência do Coronavírus no Mercado Imobiliário Brasileiro”, realizada pela DataZAP+, os profissionais do mercado imobiliário devem manter as ferramentas digitais mesmo após a pandemia: 64% vão seguir ampliando a disponibilidade de mais opções de imóveis nos portais e/ou sites próprios e 53% vão continuar a usar vídeo chamadas e a assinatura de contratos digitais.
Agora, as empresas precisam acompanhar a digitalização para não perderem clientes. Na visão do managing partner da Terracotta Ventures, a pandemia não só acelerou a adesão de tecnologia no setor imobiliário, mas ao digitalizar o mercado, permitiu que as empresas entendessem melhor o cliente por trazer métricas que podem ser analisadas. Até a precificação dos imóveis deve ser impactada por esse movimento.
Fonte: The Shift