Modalidade de “flexible search” lançada pela empresa leva usuários a outros destinos e evita períodos de pico de visitas
Por Renato Muller
Uma das tônicas do Web Summit 2022 é a preocupação com o impacto dos negócios sobre o meio ambiente. Nesta quinta-feira, dia 03, o Airbnb aproveita o Centre Stage, palco principal do evento, para mostrar como a criação de uma opção de “buscas flexíveis” teve um forte impacto sobre o padrão das viagens dos clientes – e diminuiu sua pegada de carbono.
Ao longo dos últimos 12 meses, a plataforma de viagens lançou opções como “Categories”, “I’m Flexible” e “I’m (even more) Flexible” para criar outras maneiras de fazer buscas por destinos de viagem e, na medida do possível, direcionar o fluxo turístico para regiões e meses menos movimentados. “Atualmente, cerca de 5% das nossas reservas já são feitas por essas opções, o que mostra uma rápida aceitação do público”, comenta Nathan Blecharczyk, cofundador e Chief Strategy Officer do Airbnb.
Com o uso das modalidades flexíveis de agendamento de viagens, as reservas nos 20 destinos turísticos mais populares da Europa caíram 17,5% em relação às reservas feitas pela busca tradicional da plataforma. Já nos 400 principais destinos, houve um aumento de 35,5% na demanda, mostrando que a “cauda longa” vem se beneficiando da nova forma de busca.
A nova forma de busca também teve impacto na sazonalidade das reservas. Os 10% de datas mais populares foram 7,3% menos demandados pela nova busca, enquanto noites durante a semana tiveram alta de 5,7%.
“A busca flexível oferece opções para os clientes em uma média de 5 milhas de distância da opção preferencial, descentralizando o aluguel de imóveis de curta temporada e diminuindo a pressão sobre regiões já muito turísticas, como as áreas centrais de Paris, Barcelona, Amsterdã, Lisboa e Roma”, analisa Blecharczyk.
Na capital portuguesa, por exemplo, os usuários “flexíveis” têm 42,6% mais possibilidade de reservar um local fora do centro da cidade e 20% menos probabilidade de ficar em áreas muito turísticas, como Santa Maria. Já em Londres, o Airbnb registrou uma alta de 29% na locação fora da City e reduções de 17,8% e 23,9% nas reservas em Westminster e Camden, respectivamente.
“A retomada do turismo traz novas pressões sobre a vida urbana, e queremos apresentar alternativas sustentáveis, que reduzam o impacto ambiental e social”, afirma Blecharczyk. “Os primeiros insights da nossa busca flexível são muito encorajadores, porque estamos ‘espalhando’ mais os usuários pela cidade e diminuindo o stress nas áreas centrais”, analisa.