Lançamento da Open Metaverse Alliance durante o Web Summit quer criar alicerces para a conectividade dos ambientes virtuais
Por Renato Muller
Uma das grandes promessas do Metaverso é a possibilidade de que o usuário tenha um avatar que possa ser utilizado em qualquer plataforma – de forma semelhante ao que acontece na Web atualmente, em que podemos visitar qualquer site que esteja disponível em vez de ficarmos apenas dentro do AOL (anos 90 feelings…), do Facebook ou do Instagram. Mas essa promessa esbarra no problema da interoperabilidade das várias plataformas “metavérsicas”.
Sem padrões, o Metaverso acaba se tornando uma série de “parques fechados”, em que os usuários precisam criar avatares separados e não podem compartilhar experiências em universos diferentes. É como o varejo pré-omnichannel: loja física é uma coisa, loja online é outra, e nada se conversa.
Para resolver essa situação, é preciso desenvolver padrões de interoperabilidade. O lançamento da Open Metaverse Alliance (OMA3) nesta semana, durante o Web Summit, é um esforço de líderes nas indústrias de games e Web3 para criar padrões que permitam metaversos descentralizados.
O objetivo é fazer com que identidades, ativos digitais, ideias e serviços sejam interoperáveis entre plataformas e transparentes para os usuários. Dessa maneira, será possível saltar do Sandbox para o Decentraland de forma transparente, ou mesmo estar em um outro local interagindo com avatares criados nessas outras plataformas.
“Nossa visão é avançar rumo a uma Web3 focada no cliente, em vez da atual internet, que é controlada pelas plataformas”, afirma Dirk Lueth, coFounder e CEO da Upland e porta-voz da OMA3. “Queremos propor os padrões a serem usados para viabilizar esse novo modelo de operação”, acrescenta.
“Com um Metaverso aberto, os ativos digitais poderão se mover livremente nos mundos virtuais que adotarem os padrões OMA3, aumentando a segurança dos dados e a rastreabilidade das informações que trafegarem entre os metaversos”, comenta Sébastien Borget, Cofundador e CEO do Sandbox e membro fundador da OMA3. “Dessa forma, vamos priorizar a experiência do usuário e a liberdade das pessoas”, acredita.