Painel no Web Summit mostra que segredo para fazer com que blockchain gere inclusão é tornar a tecnologia invisível
Por Renato Muller
Blockchain tem o poder de criar uma sociedade mais inclusiva. Mas, para que isso aconteça, a tecnologia precisa desaparecer. A conclusão é bem contraintuitiva, mas faz todo o sentido. “Quanto mais falamos na tecnologia, mais isolamos a maior parte dos possíveis usuários, que só querem utilizar o produto ou serviço”, comenta Marieke Flament, CEO da Near Foundation, em painel no Web Summit 2022.
E esse é um problema que aparece já na gestão das soluções. “É fato que precisamos simplificar para alcançar mais pessoas. Não temos que falar para o cliente sobre a tecnologia, precisamos focar em resolver problemas”, afirma. Para Lacey Hunter, cofundadora da TechAid, o foco das startups precisa mudar. “Seu cliente não se importa com protocolos, mas se importa se a solução funciona ou não. Por isso, é preciso ter uma interface fácil de usar e evitar expressões complicadas. Tudo é simplicidade”, acrescenta.
O problema, na opinião do mediador do painel, Stewart Rogers, managing editor da Grit Daily, é que muitas vezes as startups tentam atrair investidores a partir de buzzwords – e com isso se afastam dos clientes, que é quem deveriam atender. “Para desenvolver uma solução em blockchain que tenha sucesso, não fale do blockchain, fale da solução. Dessa forma, quando o mercado evoluir para outra tecnologia, você também encontrará seu caminho de evolução”, completa.