“A crise provocada pela Covid-19 nos mostrou que nossos sistemas antigos não são mais adequados para o século XXI”, disse o presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. “Em resumo, precisamos de um grande reset”, completou. Afinal de contas, a pandemia representa uma rara e estreita janela de oportunidade para refletir, reimaginar e redefinir tudo, e criar um futuro mais saudável, mais equitativo e mais próspero.
Em outras palavras, algo parecido com a mensagem de Paul Saffo e Gary Bolles, executivos da Singularity University, durante a “next: Work Digital Summit”. Realmente queremos “voltar ao normal” ou devemos nos concentrar na construção de um futuro mais justo e inclusivo? Ambos acreditam na segunda opção. E defendem uma releitura do conceito da economia moral, que respeita a interdependência e os relacionamentos, em vez de deixar todos se defenderem, sem levar em consideração como os outros estão se saindo. EP Thompson o analisou antes e depois da Revolução Industrial na Inglaterra. Talvez seja hora de uma nova perspectiva, à luz da Indústria 4.0.
Para Klaus Schwab, a agenda do grande reset teria três componentes principais. O primeiro direcionaria o mercado para resultados mais justos. O segundo garantiria que os investimentos promovessem objetivos compartilhados, como igualdade e sustentabilidade. E o terceiro aproveitaria as inovações da Quarta Revolução Industrial para apoiar o bem público, especialmente abordando os desafios sociais e de saúde.
Durante a pandemia, empresas, universidades e outras instituições de pesquisa se uniram para desenvolver diagnóstico, terapêutica e possíveis vacinas; estabelecer centros de teste; criar mecanismos para rastrear infecções; e fornecer telemedicina. Imagine o que seria possível se esforços conjuntos semelhantes fossem feitos em todos os setores! A Ciência, a tecnologia e a inovação precisam ser revigorantes, agora mais que nunca.
Utopia? Pode ser. Mas ela será o mote da 51ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, em janeiro de 2021, que dará ainda mais ênfase aos diálogos virtuais. Milhares de jovens em todo o mundo terão a oportunidade de ingressar em um “poderoso hub virtual” para interagir com os líderes reunidos de Davos. Serão mais de 400 “hubs” localizados em todo o mundo, e “abertos a todos”, sem a necessidade de credenciamento prévio.
A chave do reset é a confiança. Sob altos níveis de incerteza, os líderes empresariais acham extremamente difícil fazer planos confiáveis de investimento. Então, o objetivo de todos, nesse momento, deve ser o de esmagar as incertezas. Isso passa por reconhecer o que está acontecendo agora para, a partir daí, renovar e atualizar as conexões com todos os stakeholders. E, no fundo, usar a tecnologia para redefinir o capitalismo.
- Três principais pensadores do grande reset.
- Como as disrupções tecnológicas podem ser uma força para o bem?
- A inclusão e a diversidade estão em risco na crise – mas são essenciais para a recuperação, resiliência e reconstrução dos negócios.
- Prepare-se para uma recuperação digital e aceite uma jornada do cliente segura e sem contato, diz a McKinsey.
- O que o capitalismo chinês tem a ensinar?
- Como os empreendedores digitais ajudarão a moldar o mundo após a pandemia de COVID-19.
Fonte: The Shift