A CEO da LadyDrive contou, durante Live no Whow!, os segredos de como empreender em um segmento com tantos gigantes do mercado como concorrentes
Como fazer para se destacar em um setor com tantas startups unicórnios? E ainda, como desenvolver uma parceria que possa levar à internacionalização do seu negócio e pensar em novos serviços durante uma pandemia?
Na última The Whow! Lives, a conversa foi com Gabryella Corrêa, CEO e fundadora da LadyDriver, empreendedora há 11 anos e vencedora do Prêmio Cláudia na Categoria negócios em 2018.
A startup opera o maior aplicativo de transporte feminino do mundo, segundo o jornal britânico Financial Times. Em operação desde 2017, o app já conta com 58 mil motoristas cadastradas e mais de cinco milhões de corridas desde sua fundação. Somente na cidade de São Paulo são 1,3 milhão de passageiras.
Corrida de unicórnios: tem como vencer?
Dentre os principais concorrentes da LadyDriver estão nada menos do que alguns dos gigantes do setor de mobilidade no mundo, como Uber, 99 e Cabify.
Gabryella diz que o começo de seu empreendimento foi difícil, não somente pela enorme concorrência, mas por ter que responder a inúmeros questionamentos sobre o verdadeiro valor da sua ideia. “As pessoas me perguntavam para quê criar um aplicativo só de mulheres em um segmento muito masculino”, conta.
Desta forma, no começo foi preciso ir atrás de algumas coisas sozinha ― o MVP veio do próprio bolso, por exemplo. O sucesso não demorou para chegar, e logo surgiram investimentos-anjo, mas foi outro fator que impulsionou a validação da startup no mercado: o boca a boca. “Esse engajamento (das motoristas e passageiras) permitiu que crescêssemos com pouco investimento perto dos aplicativos que são unicórnios.”
E hoje o mercado está um pouco diferente em relação a esse status máximo, diz a executiva. Embora ainda exista uma cobrança para startups se tornarem bilionárias, já é entendido por grande parte dos empreendedores e investidores que essa condição não é mandatória para que um negócio seja válido, rentável e bem-sucedido. “As empresas estão buscando muito mais se tornarem sustentáveis do que serem unicórnios, que irão queimar caixa para o resto da vida”, acrescenta a fundadora da LadyDriver.
União de sucesso
Com a pandemia do novo coronavírus muitos aplicativos de motoristas precisaram encontrar outras saídas para se manterem relevantes no mercado, já que as corridas diminuíram.
A solução da LadyDriver, Gabryella comenta, veio justamente através de uma parceria com um unicórnio colombiano: a Rappi.
Nessa parceria, as motoristas do aplicativo brasileiro se tornaram, também, personal shoppers e entregadoras da Rappi. Desta forma, foi possível compensar a queda no rendimento financeiro dessas trabalhadoras durante a pandemia.
Ap mesmo tempo, a Rappi precisava de mais mulheres no time, uma vez que testes internos mostraram que shoppers do gênero feminino são mais rápidas e assertivas. Assim, as 58 mil mulheres cadastradas na LadyDriver, que já tinham carros e estavam dispostas a trabalhar, passaram a dar vida a essa parceria, que agradou aos investidores-anjo do negócio, segundo Gabryella.
A Rappi, inclusive, gostou tanto do projeto que pretende levá-lo para outros países da América Latina. Caso essa expansão se concretize, a LadyDrive poderá iniciar a sua internacionalização.
Fonte: Whow