São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, ou SDG) da Agenda 2030 da ONU, para que possamos mudar o mundo e erradicar coisas como pobreza e fome e garantir serviços de qualidade em saúde e educação, e coisas que parecem óbvias como água potável, saneamento básico e energia limpa, entre outras. Os 17 objetivos, e suas 169 metas, foram lançados pela ONU em setembro de 2015, e renovados em reunião da ONU em setembro de 2019.
E aí veio a pandemia. Que impacta e vai impactar os ODS, que já não estavam tão on track como deveriam, segundo o relatório do dia 25 de junho.
Sem tecnologia, fica difícil bater metas. O relatório World Youth Report: Youth Social Entrepreneurship and the 2030 Agenda, lançado no dia 2 de julho pelo departamento de assuntos econômicos e sociais da ONU, convoca países a reduzir ou eliminar barreiras para jovens empreendedores e seus projetos de startups e tecnologia.
“Associar empreendedorismo jovem com novas tecnologias representa uma oportunidade de disseminar e escalar soluções tecnológicas que podem melhorar o bem estar global “, aponta o relatório, que no capítulo 4 avança na análise do impacto tecnológico nos ODS, elencando as tecnologias emergentes mais importantes da década, entre elas IoT, plataformas digitais, biomanufatura, robótica, impressão 3D e blockchain.
Mas onde estão essas startups? Bom, a aceleradora e incubadora dinamarquesa Rainmaking, controladora da Startupbootcamp, que já acelerou centenas de startups globais, lançou uma “bússola de startups SDG”, identificando mais de 2 mil startups globais e associando cada uma delas a um respectivo ODG. É possível visualizar as startups por maturidade, ano de criação, país de origem e funding arrecadado.
No mapa da Rainmaking, 12 startups brasileiras estão incluídas. São elas: Agrosmart, Brilia, Avante, BAS Americas, Bitnation, Creditas, Moeda, new hope ecotech, Delfos, Rootify, Risu, e Agrointeli. É pouco, se levarmos em conta que dos países nórdicos (obviamente) estão listadas 719 startups (33%), seguidos dos EUA, com 364 (17%) e Reino Unido, com 200 (9%). Mas é um bom começo.
Para investidores, a dica: 82% de todas as startups são classificadas como nascentes, e 629 ainda não receberam investimentos. O Objetivo 7 (energia limpa e sustentável) é o que mais atrai empreendedores (562), seguido do Objetivo 2 (fome zero), com 261 startups e do Objetivo 1 (fim da pobreza), com 212.
A Rainmaking lançou o RISE, o primeiro programa global de aceleração virtual de startups para pessoas que perderam seus empregos por conta da Covid-19. O programa tem 20 semanas de duração e a ideia é permitir que 1 milhão de pessoas desempregadas lancem suas startups nos próximos dois anos. A ideia é que as empresas que precisam demitir se engajem no programa, oferecendo meios alternativos para que seus colaboradores “de partida” possam desenhar um novo futuro.
- Na primeira quinzena de julho aconteceu o High-Level Political Forum (HLPF), reunião da ONU para avaliar o progresso dos ODS. No melhor estilo “novo normal”, participantes de 197 países (Brasil incluso) se reuniram virtualmente para elaborar o plano do que a entidade está chamando de “década de ação para e entrega do desenvolvimento sustentável”.
- “É difícil acreditar que o Brasil nunca tenha tido um fundo focado em financiar projetos liderados por negros”, escreve Luana Ozemela, CEO da DIMA, empresa de desenvolvimento internacional estabelecida no Qatar, no Estadão.
Fonte: The Shift