Dezembro chegou, e muita gente gosta de fazer previsões para o ano novo que está batendo à porta. A consultoria Gartner não ficou de fora, e apontou as dez principais tendências tecnológicas para 2020–que vão levar disrupção e criar as maiores oportunidades no mercado pelos próximos cinco ou dez anos.
Entre os critérios usados pela empresa para definir o que é tendência estratégica de tecnologia, estão o seu potencial de transformação de alto impacto e sua previsão de crescimento acelerado, com alto grau de volatilidade, para os próximos cinco anos. Veja abaixo 10 tendências tecnológicas para 2020.
1.Hiperautomação
A hiperautomação consiste em compreender como mecanismos de automação se relacionam e como podem ser combinados para simplificar o trabalho em todas as etapas. Essa tendência surgiu com a automação de processos robóticos, conhecida como RPA, e boa parte das empresas, de acordo com a Gartner, já está olhando para todos os processos que podem automatizar.
2.Multiexperiência
As multiexperiências digitais já estão acontecendo o tempo todo, e segundo a consultoria, a forma como os usuários interagem com o mundo digital vai mudar significativamente até 2028. Essa mudança se deve a tecnologias como a realidade virtual e realidade aumentada, que promovem experiências multissensoriais.
3.Democratização da expertise
A democratização do conhecimento tecnológico nada mais é do que fornecer acesso a conhecimentos técnicos de forma simplificada, sem que as pessoas precisem passar por treinamentos extensos ou caros.
A Gartner espera que, até 2023, a democratização da expertise evolua, principalmente, em quatro áreas: dados e análises; desenvolvimento; design e conhecimento. Alguns críticos dizem, no entanto, que essa democratização já está acontecendo há algum tempo, desde que os microcomputadores domésticos foram lançados, e que avançou ainda mais nos últimos anos com a invenção de gadgets intuitivos, como os smartphones e os wearables. A democratização total, no entanto, seria algo mais complexo e englobaria, por exemplo, ferramentas como Inteligência Artificial.
4.Aprimoramento humano
Essa tendência traduz o estudo de como a tecnologia pode integrar a experiência humana fornecendo melhorias cognitivas e físicas aos seus usuários. O aprimoramento cognitivo se dá, por exemplo, por meio do acesso ao conhecimento e do uso de tecnologias como aplicativos e espaços inteligentes que proporcionam interface multiexperiência.
Já o aprimoramento físico é facilitado por meio do uso de tecnologias como implantes ou dispositivos vestíveis, que monitoram e até ajudam a melhorar o desempenho dos usuários em determinadas atividades.
5.Transparência e rastreabilidade
A discussão acerca da proteção da privacidade dos usuários de tecnologia já é uma realidade, e segundo a Gartner, deve impactar ainda mais na forma como as empresas de tecnologia trabalham, entre as futuras tendências. Os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre o quão valiosas são suas informações pessoais, e por isso, exigem maior controle sobre seus dados.
As organizações têm um enorme desafio pela frente, e reconhecem sua responsabilidade sobre a gestão de todas essas informações. Por isso, transparência e rastreabilidade são elementos fundamentais para dar suporte a essa nova exigência dos usuários.
Na prática, isso se traduz em ações e tecnologias que ajudem a preservar os dados dos consumidores de forma ética, reestabelecendo a confiança das pessoas nas organizações, e ajudando essas empresas a cumprir novas regulamentações. No caso do Brasil, as companhias já estão de olho na Lei Geral de Proteção de Dados, que está marcada para entra em vigor no segundo semestre 2020.
6. Edge Computing (Computação de Borda)
Entre as tendências, ainda aparece a Computação de Borda, uma tecnologia que permite que dispositivos façam processamentos descentralizados e análises avançadas, e que possibilitou, por exemplo, o desenvolvimento de tecnologias de computação móvel e de Internet das Coisas.
Atualmente, de acordo com a consultoria, a tecnologia ajuda a fornecer recursos principalmente para setores como manufatura ou varejo. A tendência, no entanto, é que essa tecnologia se expanda para outros setores por meio de sistemas operacionais mais avançados e de dispositivos como robôs, drones e veículos autônomos.
7.Nuvens distribuídas
No sistema de nuvem distribuída, o provedor de origem distribui os dados para diferentes locais, sendo responsável pela segurança, operação e governança dos mesmos, além das atualizações dos serviços. O modelo representa uma mudança significativa em relação ao que temos hoje, que é centralizado.
8.Coisas autônomas
Entre as tendências, também estão as chamadas “coisas autônomas”, que são dispositivos que usam inteligência artificial para desempenhar funções que, antes, precisavam ser realizadas por seres humanos. Os mais conhecidos atualmente são robôs, drones e carros, mas a tendência é que essa variedade de aparelhos aumente.
A Gartner também espera que, com a evolução de seus modelos de programação, esses dispositivos interajam de forma mais natural com o ambiente e com as pessoas, e passem a ser mais aceitos pela sociedade. Além disso, se espera que eles sejam capazes de trabalhar juntos, dependendo ainda menos da colaboração humana.
9.Blockchain prático
De acordo com as previsões, o blockchain será totalmente escalável em 2023, e tem o potencial de remodelar vários setores da economia, já que favorece a transparência, reduz custos e melhora o fluxo de caixa por meio da redução do tempo de liquidação de transações.
A Gartner destaca que esta tecnologia ainda é pouco implementada nas corporações porque é pouco escalável, mas acredita que as organizações vão passar a adotá-la progressivamente, devido ao potencial de geração de receita que ela oferece.
10.Segurança de inteligência artificial
Essa tendência, na prática, já é uma realidade, mas deve se desenvolver ainda mais nos próximos anos. De acordo com a consultoria especializada em TI, a IA continuará sendo utilizada para aprimorar máquinas, mas traz com ela um grande desafio: a segurança.
A expansão dos sistemas inteligentes significa, também, um aumento de pontos passíveis de ataque. Por isso, os profissionais devem se concentrar em aprimorar a segurança e discutir o que os novos regulamentos devem prever em casos de violações inevitáveis.