Ambição do Uber é se transformar na solução de mobilidade do consumidor, seja qual for o meio de transporte
Nos próximos dez anos, o Uber quer deixar de ser um app de mobilidade para se transformar no “sistema operacional da vida cotidiana”. A empresa aproveitou sua palestra nesta terça-feira (05/11) no Web Summit, em Lisboa, para anunciar o lançamento de seu serviço de scooters na cidade.
O novo movimento da empresa é mais um passo de uma jornada que começou há dez anos, com carros de luxo, e vem “descendo a escada”, apresentando soluções mais e mais acessíveis e entrando em novos segmentos de transporte, como car sharing (Uber pool) e alimentação (Uber Eats). “Queremos nos tornar o one stop shop para as necessidades diárias de transporte e comércio local das pessoas”, afirma Manik Gupta, Chief Product Officer do Uber.
Com serviço de compartilhamento de bicicletas e patinetes em dez cidades europeias, além de outas localidades em todo o mundo, o objetivo da empresa é fazer parte de todo tipo de solução de transporte, com base em conveniência, confiabilidade, preço acessível e preferência do cliente. “Estamos trabalhando agora para oferecer todas essas opções de uma forma integrada, para que o usuário escolha a melhor opção para ele a qualquer momento”, diz o executivo.
Segundo ele, um desafio é oferecer essa informação aos clientes de acordo com seu contexto, para que eles possam tomar uma decisão mais rapidamente. Para chegar ao melhor modelo só há um caminho: testar. “Estamos testando várias versões do nosso app. Uma delas, por exemplo, traz todas as opções no aplicativo. Outra não tem mapa, mas conta com um botão para solicitar um carro e outro para pedir comida. Outra oferece ações personalizadas para fazer com que, com um único clique, o usuário resolva seu problema. Uma outra, ainda, tem o mapa e também as várias opções de serviços disponíveis, para que o cliente acesse a melhor para ele. Só assim podemos entender o que funciona para o usuário”, explica Gupta.
Além disso, é preciso levar em conta as necessidades e limitações de cada mercado onde a empresa atua. Na Índia, por exemplo, onde a empresa chegou há quase dois anos, o app padrão não possui um mapa, devido às questões de conectividade da região. “É um desafio grande de design para nós, tanto no que se refere ao contexto quanto na personalização”, diz.
Com novos segmentos vêm novos clientes: 50% dos usuários do Uber Eats no mundo não usavam o app de transporte e algo semelhante vem acontecendo com bicicletas e patinetes. “Estamos vendo esses sinais e avaliando onde faz sentido oferecermos uma experiência completa e solucionar demandas não atendidas. Se isso depois se desdobrará em um único aplicativo ou múltiplos apps que se integram, é outra questão. “Isso vai depender muito do que aprendemos com os clientes. Estamos em 65 países e 700 cidades no mundo e as demandas dos clientes são diferentes em cada região. Por isso, precisamos ter cuidado ao construir uma solução global”, finaliza.