Marca de automóveis da BMW muda estratégia no Metaverso, abandona ideia de “e-commerce 2.0” e constrói lugar de diversão e interação com atuais e futuros clientes
Por Renato Müller
A marca de automóveis Mini, da BMW, inicialmente pensou no Metaverso como um “e-commerce 2.0”. E rapidamente abandonou essa abordagem. “Poderia fazer sentido do ponto de vista do retorno sobre o investimento, mas não contribuiria para construir um relacionamento mais profundo nem com nossos atuais clientes, nem com as novas gerações”, afirmou Patrick McKenna, Chief Marketing Officer da Mini USA, durante o Web Summit.
Por isso, o “Miniverso” ganhou uma nova filosofia, baseada em algo muito básico do ser humano: brincar. “Brincar é fazer tentativas voluntárias de resolver problemas desnecessários. Traz um componente muito forte de diversão e de aprendizado. É a partir das brincadeiras que, desde criança, entendemos como o mundo funciona”, teoriza McKenna. E uma das principais, senão a principal, razão para alguém comprar um Mini é a diversão trazida por dirigi-lo. “Nossa marca acessa a criança que está dentro de nós. E isso é algo muito poderoso”, comenta.
Por isso, a Mini olha para sua presença no Horizon Worlds, o Metaverso criado pela Meta, como um projeto de longo prazo. “Não há limite para o que podemos fazer como marca dentro do Metaverso, o que conversa muito bem com nosso DNA de diversão e fazer o inusitado”, diz o executivo. Para ele, o “Miniverso” é a antítese da eficiência financeira, mas nem de longe significa um desperdício de tempo e recursos. “Estamos explorando um novo mundo, e o retorno virá no longo prazo e de alguma forma que certamente ainda não enxergamos”, diz.
E há um ponto muito importante no investimento da marca no Metaverso: formar os futuros Miniclientes. “Os lugares que criamos no Metaverso são jogos que convidam o público a brincar e interagir com nossa marca. Tem tudo a ver com nosso DNA de diversão. Além disso, ainda não existem regras para o que é possível fazer ou não no Metaverso. Assim, a melhor hora para estarmos lá é agora”, completa.