Proteção dos dados precisa se tornar uma parte central do desenvolvimento de produtos e serviços
Existe uma linha tênue entre big data e privacidade, e esse é um ponto cada vez mais estratégico na definição de estratégias, produtos e serviços. A necessidade de estar em compliance com a GDPR (na Europa) ou com a LGPD (no Brasil) cria novos desafios para os negócios e exige um reposicionamento das empresas.
“As pessoas partem do princípio de que big data é ruim, mas precisamos entender que não é o caso”, afirmou Lori Fink, Chief Legal Officer da Xandr, durante o painel “The good, the bad and the future of big data”, no Corporate Innovation Summit do Web Summit. Segundo ela, com a necessidade de redesenhar seus serviços com base na proteção de dados, as empresas estão percebendo que o assunto passou a ser estratégico e precisa envolver todas as áreas corporativas.
“O time jurídico precisa garantir que a empresa entenda as implicações legais da nova regulamentação, mas outras áreas, como desenvolvimento de produto e TI, também precisam participar desse processo, principalmente porque os produtos digitais das empresas precisarão adotar o conceito de privacy by design”, comenta Lori. Esse conceito significa incorporar a proteção da privacidade e dos dados pessoais a todos os projetos digitais da empresa. “O conselho é sempre colocar o consumidor em primeiro lugar, pois isso dá o direcionamento correto para as ações corporativas”, acredita.
Para Danielle Serafino, head da área tributária da Opice Blum Advogados e membro da delegação OasisLab no Web Summit, as leis de privacidade dão um novo valor ao aconselhamento jurídico. “As empresas precisarão estar aderentes à legislação, e isso significa, em primeiro lugar, entender as regras e como elas afetam seus negócios. É altamente recomendável criar times multidisciplinares para entender como a LGPD e a GDPR afetam seus negócios”, explica.