Em um mundo de alta complexidade, rápidas transformações tecnológicas e inovações que estão mudando a forma como vivemos, consumidos e nos relacionamos, as escolas de “Foresight”, disciplina conhecida como “futurismo” ou “estudos do futuro”, reúnem especialistas e estudiosos do mundo todo para ajudar as organizações e a sociedade civil a se prepararem para futuros plurais.
Há 19 anos, Rosa Alegria é um das futuristas especializadas em prospectar mudanças e tendências na era da Indústria 4.0. Mestre em Estudos do Futuro pela Universidade de Houston, nos Estados Unidos, e Fundadora do Núcleo de Estudos do Futuro (NEF) da PUC-SP, Rosa é CEO do Projeto Millennium no Brasil, uma rede de pesquisadores, futuristas e executivos que se propõem a identificar, avaliar e analisar temas de impacto global.
Segundo Rosa, o Futurismo está diretamente ligado a inovação e, consequentemente, com o futuro dos negócios. A globalização da tecnologia de informação, o desenvolvimento sustentável, as políticas globais, o crescimento populacional e a utilização de recursos são alguns dos desafios que o futurismo busca compreender – e, de certa forma, prever novos cenários.
É nesse contexto que o estudo sobre o futuro também pode oferecer insights para apoiar a tomada de decisão em organizações públicas e privadas. “Os líderes precisam criar estratégias para as empresas enfrentarem mudanças e inovações”, afirma Rosa Alegria. “O CEO deve estar consciente de que ele está além do mercado. Deve estar sintonizado com as mudanças climáticas, culturais e sociais, legislações e novas tecnologias”, afirma a futurista.
A especialista compartilhou dicas de como as organizações podem se preparar para o futuro:
Não tenha medo de incertezas
Líderes que temem futuros incertos costumam traçar estratégias pautando-se naquilo que já conhecem. É possível tornar essas incertezas menos desafiantes, estando aberto a novos horizontes e com disposição para estudar mudanças. Um líder deve se perguntar: quais soluções a minha empresa pode oferecer para os desafios globais do futuro? Quais novas tecnologias podem automatizar os serviços da minha indústria? “É necessário estar de olho nessas questões”, diz Rosa Alegria.
Amplie os caminhos do seu negócio
Não existe um único caminho para o negócio de uma empresa. Com as tranformações tecnológicas, as empresas devem exercitar o pensamento na pluralidade. “Seja uma indústria de alimentos ou de automóveis. As organizações precisam considerar novas possibilidades, como a de migrar ou abraçar novos segmentos”, afirma Rosa.
Planeje estratégias a longo prazo
Para a futurista, a maioria das empresas traçam estratégias apenas para os próximos dois ou cinco anos. “No futurismo, cinco anos é considerado médio ou curto prazo”, diz. “Hoje, o curto prazo prevalece na gestão das empresas. Muitos gestores ainda estão pensando nos efeitos da crise de 2008 e preocupados com o que deixou de acontecer, com o que precisa ser consertado ou até mesmo com a concorrência no setor”.
“Mais do que olhar para o passado, o gestor do futuro deve compreender a fundo as transformações da quarta revolução industrial, do pós-digital e da automatização para criar negócios inovadores e estratégias disruptivas”, diz Rosa.
Fonte: Época Negócios