A América Latina está acelerando para tornar-se um ponto global de atração para investimentos de risco em startups e inovação disruptiva. Nos últimos 3 anos, os investimentos de venture capital na AL saltaram de US$ 500 milhões em 2016 para US$ 2 bilhões em 2018. E nos primeiros seis meses de 2019, a soma dos investimentos já é de US$ 2,68 bilhões, o que representa 50% de todo o capital de risco investido entre 2011 to 2018 na região.
Entre 1992 e agosto de 2019, 2.418 startups receberam investimentos na América Latina, segundo levantamento do portal Contxto. Desse total, 593 (25%) atraíram investimento nos últimos sete anos, sendo 60 apenas nos seis meses de 2019. A continuar nessa marcha, 2019 será historicamente o melhor ano para o empreendedorismo latinoamericano dos últimos 27 anos.
O Brasil lidera em captação de investimentos e em número de startups investidas. Em 2018, segundo outro estudo, da LAVCA (Association for Private Capital Investment in Latin America), dos 237 deals mapeados na região, 135 foram em solo brasileiro e 72% dos investimentos na América Latina foram para esses acordos. E 2019 não está sendo muito diferente, sendo o Contxto: 41% dos investimentos foram para o Brasil, que ficou com 44% do total de startups investidas.
A população de unicórnios da região (a métrica do momento) multiplica-se a taxas dignas de coelhos. Já são 19, dez dos quais no Brasil, sendo um deles – Nubank – um decacórnio (mais de US$ 10 bilhões em valor estimado de mercado).
Mas o dado mais interessante é a entrada massiva, desde 2018, de grandes investidores globais na região, com alguns nomes que até dois anos nem pensavam em atravessar a linha do Equador. E que acelerou de forma impressionante em 2019. A lista inclui Didi Chuxing, Walmart, Ant Financial, Tencent, SoftBank, DST Global, Goldman Sachs, Visa, TCV, Andreessen Horowitz, Bezos Expeditions, General Atlantic, Vox Capital, Monashees, Libbs Farmacêutica, Bulb Capital, entre outros.
Em uma entrevista recente ao CrunchBase, Federico Antoni, um dos fundadores da firma de venture capital ALLVP, do México, resumiu o cenário: “a América Latina representa a maior oportunidade inexplorada de capital de risco do mundo”. Há que se dar o crédito a quem é devido. Segundo Antoni, quem puxou a fila de 2019 foi a Softbank, ao anunciar este ano sua intenção de investir até US $ 5 bilhões na América Latina. “Os investidores de capital de risco não podem mais ignorar a região”.
Fonte: The Shift