O ano de 2019 foi promissor para o ecossistema de startups no Brasil. Essa é uma ótima notícia. Desde 2018, quando vimos a chegada dos primeiros unicórnios em nossas terras, o movimento no mercado e os investimentos em negócios inovadores vêm crescendo. O país contabiliza hoje mais de 12 mil startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Segundo dados do próprio banco, foram investidos, em 2019, de R$ 6 bilhões a R$ 10 bilhões em startups da América Latina. E somente no Brasil, o fundo aportou em oito startups: nos unicórnios Loggi, QuintoAndar, Gympass; e nas empresas Olist, MadeiraMadeira, Creditas, Buser, e VTEX.
O novo profissional, além de habilidade técnica, precisa ter uma visão estratégica como, por exemplo, conhecimentos de growth hacking, programação e marketing digital. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), o mercado de TI pode apresentar um déficit de 290 mil profissionais, até 2024.
A questão é que existe, sim, demanda, mas que não consegue ser preenchida com os requisitos necessários. Ainda segundo a mesma pesquisa, são 845 mil empregos disponíveis na área de Tecnologia da Informação no Brasil. E espera-se que a demanda anual prevista até 2024 seja de 70 mil novos talentos. O déficit de novas habilidades é real e vai exigir um esforço estratégico e até financeiro por parte das organizações nos próximos anos.
Um estudo recente do LinkedIn, divulgado em 2019, evidenciou exatamente esse ponto. A empresa revelou uma lista das 15 profissões com as maiores taxas de contratações nos últimos meses e as áreas mais promissoras para 2020. Das 15 profissões, 12 são totalmente focadas na área de Tecnologia. Podemos citar nas três primeiras colocações as funções de Especialista de Inteligência Artificial, Engenheiro de Robótica e Cientista de Dados, respectivamente. Se formos analisar, veremos que as três primeiras profissões, há poucos anos atrás, nem existiam no mercado. Ou seja, a transformação digital é uma transição essencial para a sobrevivência das empresas no futuro.
Algumas startups, já se antecipando a esse movimento, estão agindo para mitigar os efeitos do “apagão” de mão de obra em tecnologia no futuro. O próprio unicórnio Loggi decidiu investir em um escritório em Lisboa e abriu 100 vagas de emprego localmente. O outro unicórnio, Gympass, comprou a startup portuguesa de inteligência artificial, Flaner, pensando em inovação e estrutura de pessoal focada nesse campo.
Sendo assim, a tecnologia permeia, hoje, todos os campos de conhecimento e profissões. Os profissionais precisam entender essa nova lógica e devem ter a habilidade de transitar tanto por funções analógicas como digitais, da mesma forma deve acontecer com as organizações tradicionais. Habilidades dentro dos campos da inteligência artificial, da segurança cibernética e da computação em nuvem, serão cada vez mais demandadas. Por isso, investimentos em Educação, na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, são essenciais para que possamos evoluir, atingir novo patamar e ganhar destaque no cenário mundial da inovação.
Fonte: Gazeta do Povo