Inovar sempre foi um desafio para as empresas. Com o avanço de novas tecnologias, esse tornou-se mais desafiador. Santiago Andreuzza, sócio-fundador da Aerolito, laboratório de futurismo, compara a importância de inteligência artificial (IA), blockchain e realidade virtual ao surgimento da internet. Para o futurista, as novidades terão o mesmo impacto da rede e se tornarão a base de todos os negócios. Mas o que falta para chegar lá?
“O que falta para as empresas acelerarem sua inovação é aplicar as tecnologias com o objetivo de desenvolver e otimizar seus conhecimentos internos”, diz Andreuzza.
Segundo o consultor, as empresas encontram dificuldade para inovar porque por muito tempo delegaram processos a terceiros e perderam o conhecimento das próprias estratégias. “O alto escalão das companhias já entende que precisa [das novas tecnologias]”, afirma. “Mas as estruturas são engessadas, com metas e planos difíceis de adaptar ao novo cenário.”
O primeiro passo, segundo Andreuzza, é adotar uma estratégia com metas de curto e longo prazo. As empresas, para o futurista, precisam voltar a ter mentalidade de “iniciante”. Devem entender que a mudança pressupõe perdas e que os resultados podem demorar.
Além de mudar a estrutura, as empresas precisam se preocupar com o lado humano. “A inovação começa a partir de uma base”, diz. “O que a empresa é hoje é fundamental para o que ela quer ser amanhã.” Grande parte das companhias investem mais em tecnologia do que na integração das pessoas à tecnologia. Ele afirma que um ambiente inovador requer mais compartilhamento de conhecimento. “As pessoas precisam saber aprender rápido e o máximo de coisas possíveis”, diz.
Além de integrar a equipe, Andreuzza propõe parcerias com startups e outros negócios para renovar a cultura da empresa.
Segundo o futurista, em um ambiente mais aberto, a tecnologia e inovação deixam de ficar restritas a determinadas áreas. “A tecnologia ainda é vista e está de forma segmentada dentro das companhias”, afirma.
Outra importante mudança necessária para inovar, de acordo com o sócio da Aerolito, é ampliar a visão de mercado. Ele cita como exemplo as empresas do setor de alimentos — hoje preocupadas não só com as concorrentes, mas com tecnologias como a realidade virtual, capaz de mudar a aparência e a percepção do sabor de um alimento. “Já não é mais suficiente olhar apenas para os lados”, diz. “Para se tornarem inovadoras, as companhias precisam aprender a olhar para todas as direções.”
Fonte: Época Negócios