Amazon e Google mostram o “caminho das pedras” para criar culturas inovadoras e vencedoras em um mundo em profunda transformação
Por Renato Müller
Um conhecimento que você adquiriu hoje se torna irrelevante em dois anos, caso você não continue a se aprimorar. Essa é a conclusão de Boris Gorsberg a partir de uma pesquisa realizada com 3000 executivos para o The Official Board em 2021. Esse dado mostra que pessoas e empresas de sucesso compartilham características como o foco em evolução constante e a obsessão pelo cliente.
É o caso das big techs, que, mesmo com seus modelos de negócios questionados no último ano (esse será um tema importante no Web Summit 2022, fique atento), continuam sendo operações de alto crescimento e alta margem. “São negócios que se tornam referências em como evoluir de forma rápida e manter um vínculo relevante com os clientes”, afirma Tiago Mello, curador da delegação OasisLab no Web Summit 2022.
Dois exemplos importantes são Google e Amazon. No caso do Google, o projeto Oxygen mostra como uma cultura produtiva e inovadora empodera as pessoas e criam um ambiente que valoriza lideranças que pensam com clareza e transmitem uma visão de futuro. “É a partir de valores muito claros e uma cultura bem definida que o Google contrata as pessoas corretas para seu negócio. Dessa forma, garantem um fit cultural muito bem definido, que impulsiona o crescimento”, diz Mello.
A Amazon, por sua vez, mostra que pensamento de longo prazo e obsessão pelo cliente nunca devem ser economizados. “A Amazon sempre pensa em ciclos de 5 a 7 anos, já pensando produtos desde a origem com foco no que ele será depois de pronto e como solucionar problemas dos consumidores. Por isso, está sempre atenta a pontos ‘imutáveis’ do comportamento do cliente, como busca por satisfação, velocidade na entrega, preço baixo e experiências incríveis”, diz o curador.
Colocar o cliente no centro do negócio virou um clichê, mas quando se tem uma cultura sólida, isso se transforma em um valor da empresa. “A cadeira vazia que representa o cliente nas reuniões da Amazon não é uma brincadeira, mas sim um símbolo muito claro de que o consumidor tem que estar sempre sendo considerado. Essa é uma forma de reforçar uma cultura focada em entregar consistentemente o que é melhor para o cliente – não necessariamente para a empresa. E isso faz toda a diferença”, completa Tiago Mello.