Em evento promovido pelo OasisLab, especialista em transformação digital da Cornell University mostra que o varejo mudará cada vez mais
Em um mundo que está passando por transformações radicais, as empresas precisam inovar para não ficar para trás. Se existe algo certo para o futuro, é a necessidade de mudar. E essa mudança passa pela adoção de uma estrutura “smart digital”, formada por um ecossistema conectado, processos digitalizados, plataformas de inteligência e produtos e serviços digitais.
Essa é a análise que Soumitra Dutta, professor de Gestão no SC Johnson College of Business da Cornell University, nos EUA, realizou durante o seminário “Liderança e Transformação Digital”, organizado pelo OasisLab no dia 11/05 no auditório da TOTVS em São Paulo. Para Dutta, a disrupção trazida pelos negócios digitais vem se ampliando, envolvendo cada vez mais setores da economia. “Primeiro os segmentos de mídia e entretenimento foram transformados pelo digital, e a Netflix está aí como prova disso. A seguir vieram os produtos e serviços ligados à tecnologia, o varejo (vejam o impacto da Amazon), os serviços financeiros e as empresas de telecom. Ninguém ficará imune a esse movimento e, por isso, as empresas precisam se antecipar e já iniciar sua transformação”, analisa o professor.
Em um mundo marcado por avanços exponenciais, ficar parado é morrer. “Ray Kurzweil disse recentemente que avançaremos neste século o equivalente a 20 mil anos se mantivermos esse ritmo de progresso. É algo sem precedentes na história humana e, por isso, gera tanta inquietação”, comenta. Com a intersecção de big data, cloud, mobile, IoT e outras tecnologias, existem inúmeras oportunidades de disrupção, mas o fator humano ainda não acompanha essa evolução. “As empresas estão morrendo de sede em um oceano de dados. Quem souber explorar o universo dos dados não estruturados e aplicar rapidamente a informação para melhorar seu relacionamento com clientes e fornecedores acabará por se colocar muito à frente dos concorrentes”, acredita Dutta.
Para o professor, empresas como Amazon e Alibaba, que cresceram movidas a dados e se estruturaram em plataformas de negócios, são o grande paradigma dos negócios, uma vez que entenderam as reais vantagens que a internet lhes daria e têm procurado explorar ao máximo suas possibilidades. “São empresas que não se posicionam como varejistas, e sim como empresas de dados. E você, o que é?”, provoca.
Para Helio Biagi, sócio-fundador do OasisLab, o seminário “Liderança e Transformação Digital” contribuiu para ampliar as discussões sobre a transformação digital no varejo brasileiro. “Estamos todos sendo impactados pelas mudanças e, para lidar com elas, precisamos de novos modelos de negócios, que estão sendo criados neste momento. Por isso é tão importante que o varejo esteja próximo do ambiente das startups, para adotar mais rapidamente ferramentas, processos e, principalmente, uma cultura digital”, conclui.