Arriscar com mais autonomia. Ter mais agilidade nos processos. Manter o foco na experiência do consumidor. Para especialistas, essas são algumas das características das startups que ajudam as corporações a realizar a transformação digital. As parcerias foram tema de um painel do evento Votorantim Hub, evento que aconteceu nos dias 14 e 15 de maio, em São Paulo (SP).
“É difícil inovar quando você está todos os dias no mesmo ambiente, realizando as mesmas tarefas”, diz Eduardo Bortoleto, cofundador da Juntos Somos +, startup que começou dentro da Votorantim Cimentos. “A empresa tem que aprender a pensar como um investidor, sempre à procura de novos projetos.” Para Bortoleto, as parcerias com startups não só proporcionam novas ideias, mas também ajudam a empresa resolver demandas com mais agilidade.
Felipe Gonzalez, gerente de inovação da plataforma de aceleração Plug and Play, com sede no Vale do Silício, citou como exemplo a parceria do US Bank, o quinto maior banco dos Estados Unidos, com a Socure, startup de segurança digital. Segundo ele, a colaboração gerou uma economia de US$ 1 milhão para o banco, ao diminuir a incidência de fraudes bancárias. “E a empresa nem precisou deslocar funcionários para resolver o problema.”
Em um ambiente de rápidas transformações, é preciso agilidade. “A empresa deve buscar ajuda externa para isso”, afirmou Eduardo Terra, gerente de programa de relacionamento e sócio da consultoria BTR. “Nos últimos quatro anos, o Grupo Alibaba comprou 400 empresas, na sua maioria startups”, afirma. “O crescimento tem que ser pensado de forma exponencial, e não linear.”
Nova comunicação
Para que as parcerias com startups funcionem, é preciso que haja uma mudança na cultura interna da empresa, dizem os especialistas. “Todas as estratégias devem ter como foco o novo consumidor, o que nem sempre acontece”, disse Terra, da BTR. Segundo ele, os varejistas, por exemplo, continuam investindo na comunicação tradicional. Enquanto isso, os clientes fazem avaliações no Google. “O pior é que a maioria delas não recebe nenhuma resposta.”
É preciso buscar parcerias que proporcionem experiências mais personalizadas ao consumidor. “A Amazon tem isso bem claro”, afirma Terra. “A loja virtual se adequa aos hábitos de cada cliente – e isso faz toda a diferença.”
Gonzalez, da Plug and Play, acredita que a colaboração com startups vai além da melhoria individual de cada empresa. “Essas parcerias podem contribuir para que setores inteiros se transformem”, diz. “Quando um inova, todos caminham para procurar outras soluções.”
Fonte: Época Negócios