Liderar em meio a uma crise nunca é fácil. Tempos difíceis como os que estamos atravessando costumam deixar marcas indeléveis na identidade de uma empresa. Tudo o que é feito em momentos como este terá peso depois, quando a poeira baixar.
A magnitude da crise do coronavírus não só confronta os líderes corporativos com o desafio econômico de uma vida.Também exige deles um momento de introspecção existencial: o que define o propósito das suas empresas, sua principal razão de ser e seu impacto no mundo? Qual deve ser o objetivo corporativo quando o objetivo de tantos passa a ser a sobrevivência?
São muitas as dúvidas. Quanto tempo a crise vai durar? O que deve ser feito primeiro? Como apoiar os trabalhadores em licença ou em home office? Suas ações estão alinhadas com a identidade da empresa? Serão percebidas como consistentes?
O fato é que nunca as corporações tiveram tanto poder quanto agora para alavancar aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG) e beneficiar a sociedade. Um bom ponto de partida, segundo a McKinsey, é identificar quais pontos fortes da organização podem ser aplicados para fazer diferença para todos os stakeholders.
Examine exatamente o que está em jogo para seus funcionários, comunidades, clientes, parceiros e acionistas. Todos terão necessidades urgentes e em rápida evolução, que os líderes devem entender e priorizar. Algumas dessas necessidades serão novas e requerem um pensamento criativo.
Para resolvê-las, será preciso fazer equipes diversas trabalharem de forma complementar. Mas as crises oferecem oportunidades para criar um senso de propósito entre os funcionários. Líderes eficazes capacitam seus gerentes a tomar as melhores decisões possíveis, tendo em mente um conjunto claro de prioridades da empresa, como manter os funcionários seguros e se comportar de forma ética em relação aos clientes, afirma Mary Mesaglio, vice-presidente de pesquisa e analista do Gartner.
Essa também é uma excelente oportunidade para rever seus planos de transformação digital. Diante de qualquer disrupção, não importa se por questões tecnológicas, econômicas, ambientais, políticas ou… por uma pandemia, o desafio para as empresas será sempre o mesmo: adapte-se ou morra. Está claro que a pandemia de coronavírus é a nossa nova realidade. “Não entre em pânico. Apenas se adapte. Trabalhe com sua equipe rapidamente, mas com calma”, diz Olivier Blanchard, co-autor do livro “Building Dragons: Digital Transformation in the Experience Economy”, com Daniel Newman.
Outras iniciativas estratégicas – e essenciais para a continuidade das operações – são fortalecer a segurança da infraestrutura e das informações (os criminosos estão usando o medo sobre a pandemia para espalhar suas próprias infecções) e a resiliência do negócio. A necessidade de serviços vitais, redes e capacidades para continuar funcionando sem interrupção nunca foi tão acentuada. Nesse sentido, a PwC está disponibilizando uma ferramenta diagnóstico para que as empresas possam avaliar o impacto potencial da crise em seus negócios e sua prontidão para responder aos desafios decorrentes dela.
Fonte: The Shift