As tecnologias digitais estão provocando cada vez mais mudanças nas estruturas de diferentes setores e nos modelos de negócios. Isso acontece pela proliferação dos dados, a aceleração do poder da computação e dos algoritmos para aproveitar esses dados e a conectividade.
“Temos dados melhores nas pontas dos dedos, informando o que está acontecendo com nossos clientes, nossa força de vendas, nossa refinaria ou nosso campo de petróleo. E o poder da computação significa que podemos criar modelos que nos permitem prever comportamentos e resultados, otimizar a taxa de transferência e automatizar processos em uma escala que não víamos antes”, comentou em um podcast sobre o tema Simon Blackburn, sócio sênior do escritório australiano da consultoria McKinsey. A conectividade, por sua vez, ele continua, “significa que você pode fazer isso mais ou menos em qualquer lugar, a qualquer hora e entregar os resultados nas mãos de pessoas que precisam dos dados onde quer que estejam trabalhando.”
Estratégia digital
Simon ressalta que a disrupção não é um conceito novo, mas a combinação de tecnologias digitais como dados, poder de computação e conectividade permite que os modelos de negócios sejam “disruptados” de maneiras diferentes, em ritmo e escala diferentes. Na opinião do consultor toda empresa precisa de uma estratégia digital.
“Isso normalmente envolve a reflexão sobre quais são as diferentes partes do negócio e o grau de ameaça e interrupção que cada uma delas encontra”, afirma. Só assim é possível saber qual valor está em jogo. “E, a partir daí, como você protege ou captura esse valor aproveitando novos recursos, novas tecnologias ou novas maneiras de trabalhar.”
Fusões e aquisições para acelerar a disrupção
Nesse ambiente da era digital, fusões e aquisições têm sido uma forma importante de as empresas reposicionarem suas organizações para competir na era digital.
“O crescimento inorgânico sempre desempenhou um papel importante em ajudar as organizações a desenvolverem seus modelos de negócio e encontrar novas fontes de receita. E isso também é verdade no mundo digital”
Simon Blackburn, sócio sênior do escritório australiano da consultoria McKinsey
Ainda assim, mesmo com fusões e aquisições, o consultor fala da importância de ser ter uma estratégia digital robusta.
“Isso é realmente importante quando se trata de fusões e aquisições, porque sua postura estratégica e a razão pela qual você está buscando desenvolver um conjunto de capacidades ou o acesso a um mercado são realmente cruciais”, diz ele. “É crucial porque, ao criar novos negócios digitais, normalmente trata-se de um músculo novo para a organização, diferente do que os estamos acostumados a construir. E isso leva tempo. É preciso um esforço conjunto, normalmente em várias aquisições e, frequentemente, em vários anos.”
Como liderar times para pensarem de forma disruptiva
Autora do livro “The Disruption Mindset”, Charlene Li escreveu um artigo sobre o tema no LinkedIn recentemente, mostrando o que um líder deve fazer para impulsionar uma equipe que pensa de forma disruptiva.
O primeiro ponto é desenvolver nas pessoas o jeito de pensar disruptivo. Ela explica como:
“(…) analisei mais de mil líderes em todo o mundo e constatei que um indivíduo mais capaz de prosperar diante das perturbações externas possui uma mentalidade aberta a mudanças, e incorpora os comportamentos de liderança que capacitam e inspiram outras pessoas. Esses líderes disruptivos são chamados de ‘otimistas realistas’, pois veem a oportunidade sendo criada, mas são realistas sobre quais ações precisam ser tomadas hoje.”
Ela reforça, no entanto, que não é papel do líder chegar a todas as respostas.
“Seu trabalho como líder é fazer as perguntas certas, concentrar sua equipe no trabalho a ser feito e manter o processo em frente. Seu trabalho como líder é questionar tudo o que a empresa fez no passado e investigar se novas maneiras serão mais eficazes tanto na nova norma quanto no longo prazo. Seu trabalho como líder é conectar-se com outros líderes da sua rede para preencher as lacunas no seu conhecimento e experiência”
Charlene Li, autora do livro “The Disruption Mindset”
Nesse contexto, Charlene fala da importância de o líder manter estabilidade e segurança ao longo do processo.
“Você precisará desenvolver seus próprios protocolos que funcionem para sua organização. A chave é ser muito claro sobre como o trabalho será realizado, para que você remova a incerteza e a confusão.”
Por fim, ela aborda a necessidade de ser transparente para gerar confiança e da importância da comunicação para nutrir as relações.
Fonte: Whow