Tanto empresas tradicionais quanto startups já estão promovendo iniciativas para se manterem ativas (e inovadoras) dentro do período de isolamento do coronavírus.
Neste momento, o home office tem desempenhado um papel fundamental para que as operações das equipes continuem vigentes. O trabalho remoto, inclusive, já estava na lista de tendências de trabalho para 2020 ― mas não se esperava que tomaria proporções tão grandes.
A pandemia antecipou tendências
A futurista Daniela Klaiman, fundadora da Unlock the Future, explicou ao Whow! e à Consumidor Moderno que a crise da COVID-19 apenas antecipou algo que já estava para ocorrer:
“Isso já iria acontecer de qualquer forma. (…) Quando falávamos em futuro do trabalho, já falávamos sobre reuniões não presenciais, o fim dos escritórios; estávamos vendo nômades digitais, pessoas trabalhando como freelancers, empresas cada vez mais enxutas. Isso começaria em um topo de pirâmide e depois desceria para a grande massa. Não acho que é uma mudança radical, isso já iria acontecer e agora o processo está sendo adiantado”, explicou.
Ela ressalta, contudo, que a tendência do home office viria apenas para uma camada da população ― mas a crise acabou forçando todas as camadas a aderirem esse modelo de trabalho e, consequentemente, a aprenderem a lidar com a tecnologia de outra forma.
“Com esse choque que está acontecendo, quase todo mundo está sendo meio que obrigado a ficar cada vez mais familiarizado com essas ferramentas tecnológicas” – Daniela Klaiman, futurista e fundadora da Unlock the Future
Conectividade para coletividade
Inovação e mindset positivista costumam andar de mãos dadas. Segundo Paul Earle, colaborador da Forbes, a crença na possibilidade de um bom resultado, seja qual for, é uma das forças mais poderosas da existência.
Este otimismo inerente dos líderes de inovação fornece munição para mudanças profundas em meio à crise. Daniela observa, por exemplo, que as pessoas estão muito mais integradas digitalmente, mesmo aqueles que nunca dariam oportunidade para certas plataformas em outras situações.
“As pessoas estão usando ferramentas para se aproximar. Artistas fazendo show online. SXSW tem vários palestrantes disponibilizando conteúdo online, fazendo de graça na internet agora. Ontem a Anitta anunciou que vai mostrar as aulas que está fazendo durante a quarentena, chamando pessoas que querem dar aula no canal dela. Antes uma pessoa pagava uma professora de francês, e agora várias fazem com a mesma. Pessoas entendem que conseguem fazer as coisas coletivamente. Não vejo isso como negativo”, opina a futurista.
inovação
Transformações nas relações de trabalho
Não há dúvidas que momentos de crise são terrenos férteis para o surgimento de novas tecnologias e soluções inovadoras.
Para Marcelo Souza, CEO do Grupo Soulan, ainda há mais alguma coisa de positivo surgindo a partir desse momento. Para ele, as empresas brasileiras parecem finalmente ter despertado para formas variadas de trabalho, que permitem a inovação e a eficiência dos times de modo não-tradicional.
“Acredito que, passada a crise mundial do coronavírus, as empresas terão superado esse desafio com um grande aprendizado: as relações de trabalho não são mais estáticas. Elas avançaram e quem insistir em um padrão arcaico certamente poderá estar fadado ao fracasso, pois as novas gerações buscam mais conexão e agilidade no dia a dia, tudo o que uma estrutura engessada não permite” – Marcelo Souza, CEO do Grupo Soulan
Soluções para trabalho remoto
O trabalho remoto não foi a única medida adotada pelas empresas para manter as equipes ativas na quarentena. A Embratel, por exemplo, implementou uma ferramenta digital chamada Conecta Home Office para garantir a continuidade de suas operações.
Segundo descrição oficial, a ferramenta unifica tecnologias de mobilidade, bandas largas fixa e móvel, cibersegurança e Office 365, permitindo que os colaboradores tenham acesso a dados essenciais para as operações. Também estão inseridas na tecnologia PABX e ramal virtual, videochamada, mensageria, sala de reuniões virtuais e soluções atendimento a clientes, entre outros.
Inovação nas escolas
A Rede Marista de Colégios foi uma das instituições de ensino a adotarem as aulas EAD durante o período de quarentena. Desde a última quarta-feira (18), as 40 unidades do colégio passaram a receber atividades em ambiente virtual. As funções contemplam vídeos, atividades, exercícios e trabalhos interdisciplinares, de acordo com o andamento das turmas.
Segundo Viviane Flores, diretora Educacional da rede, o objetivo é apoiar as famílias durante o período de afastamento com uma nova modalidade de ensino. “A equipe pedagógica da Rede Marista de Educação Básica está atenta à situação pela qual o Brasil e o mundo passam nesse momento. Apesar da suspensão das aulas presenciais, vamos dar opções para que os alunos recebam conteúdo de qualidade e deem sequência aos estudos iniciados em sala, levando em consideração as especificidades de cada Escola”, afirma.
Fonte: Whow