Presidente da FedEx fala sobre os desafios de entregar bilhões de doses de vacinas e as transformações logísticas trazidas pela pandemia
Mais de 1,8 bilhão de máscaras transportadas desde o início da pandemia e uma operação de guerra para atender ao aumento da demanda tanto na saúde quanto no e-commerce neste ano de 2020. Em sua apresentação no Web Summit 2020, Raj Subramaniam, presidente da FedEx, este ano trouxe o maior desafio logístico mundial desde o Bloqueio de Berlim em 1948 (quando toda a população de Berlim Ocidental teve de ser alimentada por via aérea durante 13 meses seguidos).
“Nossa rede nos permite transportar produtos de qualquer lugar para qualquer lugar em no máximo 48 horas, o que nos coloca em uma posição privilegiada neste momento”, diz. Trabalhando diretamente com fabricantes, distribuidores e governos, a empresa aumentou seus padrões de rastreabilidade para garantir que a futura distribuição de vacinas ocorra com a maior qualidade possível. “O controle e o acompanhamento das doses será um ponto fundamental para garantir a vacinação de toda a população mundial. Será um imenso desafio, para o qual estamos preparados”, diz.
Essa preparação não começou durante a crise: a empresa já esperava um aumento da demanda pelo transporte de encomendas. “Em 2016, transportávamos 25 milhões de pacotes por dia e projetávamos chegar a 100 milhões em 2025. Desde 2018, vínhamos aumentando nossa capacidade logística para lidar com essa expansão, mas a pandemia acelerou a demanda: deveremos chegar a 100 milhões de pacotes já em 2022”, comenta.
Com o aumento da demanda vem o desafio de aperfeiçoar a distribuição para aumentar a capacidade de entrega onde ela é mais necessária. Isso vale para o e-commerce e vale para a saúde pública. “Durante a crise, o e-commerce saltou nos Estados Unidos de 15% do varejo para 25%. Conseguimos manter a qualidade da entrega, a partir de uma série de estratégias que irão nos ajudar também no pós-pandemia, como uma maior automação de nossa estrutura e o uso de Inteligência Artificial para projetar melhor a demanda”, afirma.