Startups “ESG Enablers” receberam 34 aportes no primeiro semestre, levantando quase US$ 90 milhões
Por Redação
iFood e Hering juntaram-se à climate tech brasileira MOSS para neutralizar suas emissões de carbono. As compensações são feitas por meio do MCO2, um token que usa tecnologia blockchain e é lastreado em crédito de carbono. A MOSS é uma das 802 startups ESG Enablers nacionais mapeadas pelo Inside ESG Tech Report #2, do Distrito em parceria com a KPMG. Segundo o relatório, esse grupo de empresas captou mais de US$ 1 bilhão em investimentos na última década.
No primeiro semestre de 2021, as startups ESG Enablers receberam um volume de US$ 89,8 milhões por meio de 34 aportes. A quantia é apenas ⅓ dos US$ 284,7 milhões captados em todo 2020. A tendência é que a quantidade de startups voltadas para implementação de práticas ESG cresça no Brasil e no mundo, segundo análise da sócia-líder de ESG da KPMG, Nelmara Arbex.
“Estamos vendo pela primeira vez esse universo de soluções das startups. Daqui a pouco, vamos começar a perceber quais realmente têm futuro porque é preciso estar muito conectado com uma questão concreta para crescer. As startups que conseguirem ligar duas pontas que estavam desconectadas ou oferecer uma solução bem específica, devem ter um crescimento mais rápido”, afirma Nelmara, em entrevista exclusiva à The Shift.
O Brasil ainda está em um momento inicial do movimento das empresas de tecnologia ligadas às práticas ESG. Atualmente, o setor de água e energia, com 144 companhias, possui a maior parte dessas startups. O relatório ainda traz mais dados do cenário atual do mercado:
35,99% das startups mapeadas integram a categoria ambiental, mas 69,91% do total investido na última década foi para as empresas do segmento social.
12 dos 34 aportes realizados até junho de 2021 são de rodadas Seed e apenas um é de Series C.
Dos US$ 149,1 milhões investidos na categoria ambiental nos últimos 10 anos, US$ 73,9 milhões foram para a agropecuária.
No país, o setor de soluções ESG possui um grande potencial, mas é preciso criar uma sinergia entre os players já atuantes no mercado. “Também precisamos ter mais gente preparada para lidar com esses temas porque quando você está preparado e entende os problemas, começa a ter ideias para as soluções com o uso de tecnologia”, pontua a sócia-líder de ESG da KPMG.
Para a MOSS, o grande desafio é a falta de conhecimento sobre o mercado de carbono. A solução da empresa, o MCO2, pode ser comprada na plataforma da climate tech ou em Crypto Exchanges nacionais e internacionais. Qualquer pessoa pode usar o token para compensar suas emissões.
“O mercado de crédito carbono era bem analógico e a gente trouxe tecnologia. Com os ativos, possibilitamos o fracionamento dos créditos, o que abriu a porta para diversas soluções para empresas e ainda que as pessoas físicas compensassem as suas pegadas”, explica a General Manager da startup, Fernanda Castilho, em entrevista exclusiva.
Fonte: The Shift