Dan Schulmann, CEO do PayPal, apoia regras rígidas para regulamentação de moedas digitais como melhor caminho para gerar confiança
O caminho da regulamentação das moedas digitais e criptomoedas é fundamental para gerar mais confiança e acelerar a digitalização financeira do mundo. Para Dan Schulmann, CEO do PayPal, somente dessa forma é possível gerar uma real inclusão digital e garantir transparência para todo o sistema financeiro.
Entrevistado pelo jornalista Andrew Ross-Sorkin, do The New York Times, no primeiro dia do Web Summit, que acontece online nesta semana, Schulmann também se mostrou contrário a plataformas fechadas, como o Facebook. Para ele, os chamados “jardins murados” não atendem aos interesses dos usuários, e sim dos donos das plataformas. “A possibilidade de atuar dentro de um ecossistema é importante para os consumidores, pois oferece uma melhor experiência de uso. Mas não é preciso estar em uma plataforma fechada para que isso aconteça”, comenta.
Na opinião do executivo, plataformas abertas oferecem mais transparência e capacidade de atuação conjunta. “Estamos trabalhando em parceria com muitas empresas, como Visa e Mastercard, para criar uma infraestrutura que viabilize a aceleração dos pagamentos digitais. Essa é uma grande oportunidade”, afirma.
De acordo com Schulmann, a digitalização dos pagamentos era uma tendência que teve uma imensa aceleração na pandemia. “As empresas se tornaram digital first e os consumidores se afastaram do dinheiro em papel para adotar cartões sem contato e pagamentos móveis. Esse é um movimento mundial que vinha ganhando corpo devagar, mas explodiu com a Covid-19”, diz o executivo. No PayPal, o volume movimentado saltou 36% nos últimos meses, chegando a US$ 221,7 bilhões no segundo trimestre do ano fiscal 2020/2021.
Schulmann acredita que o crescimento acelerado continuará, dentro de um ambiente altamente regulamentado pelos Bancos Centrais. “O papel do dinheiro está mudando, se digitalizando cada vez mais. Mas a autoridade regulatória continua sendo muito importante. Não tenho nenhum problema com isso, pois as regulamentações existem para garantir que mais pessoas façam parte do sistema, que os meios financeiros não sejam usados para fins escusos e haja mais segurança para todos os envolvidos”, comenta.