Com desafios semelhantes aos nossos, países africanos de língua portuguesa aceleram desenvolvimento de negócios inovadores
Por Redação
A colaboração entre o Brasil e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) está ajudando a fomentar os ecossistemas de startups do outro lado do Oceano Atlântico. O projeto de aceleração E-Voluir, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a Fábrica de Startups, está desenvolvendo negócios inovadores no continente africano.
Segundo Hector Gusmão, CEO da Fábrica de Startups no Brasil, há diversas possibilidades de sinergia entre os ecossistemas brasileiro e do PALOP. “Estes países têm desafios semelhantes aos do Brasil. Quando falamos em retomada econômica, é a tecnologia que pode criar caminhos para reduzir a desigualdade e acabar com a recessão, tanto aqui quanto nos países PALOP”, analisa.
Os desafios para startups no PALOP, no entanto, são mais profundos que no ecossistema brasileiro. “A maturidade é outra. Existe uma cultura de inovação, mas é focada em resolver problemas locais e não em modelos escaláveis”, revela Gusmão. ”Falta passar pelo processo de maturação que a gente viveu no Brasil nos últimos 5 ou 10 anos”.
Além da questão cultural, há problemas mais elementares, como baixa conectividade, ambientes de trabalho improvisados e mercado consumidor pouco educado para soluções tecnológicas.
The Shift conversou com exclusividade com Alberto Mahoque, CEO da Geosmart Tech Solutions, de Moçambique. Ele fundou a startup no início de 2020 para levar tecnologia às famílias rurais do país.
“Em Moçambique, ainda temos zonas que não são atendidas pela principal empresa de distribuição de energia elétrica. A Geosmart Tech Solution vê isso como oportunidade de negócio”, diz o empreendedor.
“Acreditamos que as soluções tecnológicas que temos estado a desenvolver usando energia eólica e sistemas solares fotovoltaicos podem transformar o meio rural em Moçambique. Temos optado por energias limpas e possivelmente entraremos na área de biomassas nos próximos anos”, afirma Mahoque.
Confira a entrevista completa com o empreendedor de Moçambique no site da The Shift.
Fonte: The Shift