Relatório BlackOut: Mapa das Startups Negras 2021, produzido pela BlackRocks Startups, examinou um universo de 646 startups fundadas por pretos ou pardos
Por Redação
Em um país com uma população de 55,8% de negros e pardos, apenas 25% das startups brasileiras foram fundadas por pessoas negras ou pardas, é o que mostra o relatório BlackOut: Mapa das Startups Negras 2021, pesquisa inédita realizada pela BlackRocks Startups, hub de inovação criado em 2016 para promover acesso à população negra ao ecossistema de inovação, em parceria com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups). O estudo examinou um universo de 646 startups fundadas por pretos ou pardos quanto à região, setor de atuação, capacidade de captação de investimentos, entre outros, a partir das respostas obtidas por meio de um questionário online.
Seguindo o boom de startups dos últimos cinco anos, a enorme maioria das empresas fundadas por negros ou pardos (81%) foi fundada entre 2017 e 2021 e a maior parte delas atua nos segmentos de Educação (13,8%), Saúde e Bem-estar (8,2%) e Finanças (7,4%).
A maioria dessas startups está na região Sudeste (47,5%), seguido de Nordeste (25,1%), Sul (12,1%), Norte (8%) e Centro-Oeste (7,3%). Dentre os estados em destaque encontram-se São Paulo (24,6%), Rio de Janeiro (10,2%), Minas Gerais (9,4%) e Bahia (7,7%).
Apenas 29,3% afirma já ter recebido algum investimento: tipos mais citados foram Investidor-Anjo (34,2%), Seed (33,7%) e Programa de aceleração (20,5%). 56,1% informam que no momento não estão com rodada de investimento aberta.
Quando se olha para o gênero dos fundadores, um abismo entre o número de homens fundadores (72,4%) e mulheres fundadoras (18,7%).
A desigualdade de gênero também é observada no faturamento obtido pelas startups: entre as startups lideradas por homens negros ou pardos, a maioria dos respondentes informou ter fechado o ano de 2020 sem faturamento (28,8%); entre as mulheres fundadoras, esse percentual é de 33,9%.
Já entre os fundadores homens que informaram ter obtido faturamento em 2020, 18,1% reportou entre R$ 50 mil a R$ 250 mil e 13,9% abaixo de R$ 10 mil. Entre as mulheres fundadoras, a maioria (15,7%) reportou faturamento entre R$ 10 mil a R$ 30 mil, e 13,2% abaixo de R$ 10 mil.
“Percebe-se a partir dos dados que, além dos padrões hegemônicos de atuação, há também a repetição de padrões de desigualdade, ou seja, o ecossistema é um ambiente pouco diverso, há maiores dificuldades de desenvolvimento entre pretos e pardos, concentração de riqueza em determinadas regiões do país e assim por diante”, conclui o relatório.
Fonte: LabsNews