Mais de um terço dos projetos criados por empreendedores sociais estão fora das grandes capitais e enfrentam mais dificuldades pelo caminho
Por Redação
Está na hora dos investidores olharem para além da Faria Lima e dos grandes centros urbanos. Algumas centenas de quilômetros, para ser mais exato. No Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental 2021, projeto coordenado pela Pipe.Labo, 36% dos projetos criados por empreendedores sociais aparecem localizados no interior dos estados brasileiros. A maior parte das empresas está na região Sudeste (58%).
“Esses empreendedores têm tem mais dificuldade de caminhar pela jornada, acessar investimentos e programas de aceleração. É fundamental a formação de incubadoras, além de entidades que façam o trabalho de fortalecimento das pequenas cooperativas para que se entendam como negócios e consigam conexão com as grandes indústrias”, diz Lívia Hollerbach, uma das coordenadoras da pesquisa.
Em tempos de ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance, em inglês), ignorar essa oportunidade é perder um bonde importante. E se tamanho de mercado vale como incentivo, basta pensar que, segundo o estudo de 2020 da Global Impact Investing Network (GIIN), o mercado global de investimentos de impacto vale US$ 715 bilhões.
O estudo é realizado desde 2017 e está em sua terceira edição (sai a cada dois anos). A ideia é mapear as iniciativas e startups que estão focadas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A Pipe.Labo é o braço de pesquisas da Pipe.Social e o estudo de 2021 teve apoio de 62 organizações do ecossistema empreendedor.
Foram mapeadas 1.300 startups que atuam em áreas como água e saneamento, gestão de resíduos, agropecuária, florestas e uso do solo, indústria, logística e mobilidade, energia e biocombustíveis. Dessas, 1.272 fazem parte do estudo final (28 fecharam as portas ou interromperam atividades em 2021).
Diversidade é item importante: 67% dos negócios têm mulheres como fundadoras ou cofundadoras. Na divisão total por gênero há um certo equilíbrio: 54% homens, 43% mulheres. A maior faixa etária está em 30 a 44 anos (49%). A maioria (66%) é branca e 78% têm formação universitária ou superior.
Do ponto de vista de negócio, 66% das startups têm um modelo claro de negócios, embora só 20% já sejam sustentáveis financeiramente. Um dado interessante é ver que 47% delas apostam em modelos de receita recorrente e 34% trabalham com modelos de assinatura.
Fonte: The Shift